Por Mario Persona
Judas era quem tomava conta da bolsa que continha o dinheiro dos apóstolos. Quando ele viu a mulher desperdiçar um ano de salário com Jesus, e ainda ser elogiada por isso, achou que segui-lo não seria um bom negócio. Por isso vai procurar os principais sacerdotes para negociar.
Judas era desses que perguntam: “O que ganho com isso?”. Colocando Jesus à venda, ele teria a oportunidade de ganhar 30 moedas de prata, o que naquela época dava para comprar um escravo. Para ele até que seria um bom negócio trocar Jesus por um escravo que ficasse à sua disposição. Hoje Jesus continua sendo vendido como um servo para atender nossos desejos.
Ele é anunciado por pregadores como se fosse um gênio da lâmpada de Aladim, que pode ser invocado ao bel prazer de seu dono para curar toda a sorte de doenças do corpo, das finanças e do coração. Esses modernos “Aladins” prometem esfregar a lâmpada mágica sempre que seus fiéis depositarem as trinta moedas. Quer saber? Com amigos assim o evangelho não precisa de inimigos. Quantas pessoas você conhece que não querem nem ouvir falar de Jesus justamente por causa desses mercadores de almas?
Mas não é esse o Jesus mostrado nos evangelhos. Ele é aquele que veio ao mundo, não para distribuir carros importados, mas para derramar seu sangue na cruz e salvar pecadores. Sim, quando ele esteve aqui certamente curou enfermos e multiplicou pães, mostrando assim suas credenciais de Messias. Todavia, foi só na cruz que ele realmente proveu o remédio para a raiz de todos os males, o pecado, ao derramar seu sangue para nos purificar e nos tornar aptos para o céu.
Ao anunciar Jesus como um mero curandeiro, esses pregadores ainda colocam um fardo imenso sobre seus fiéis. Quando não obtêm a cura prometida, muitos mergulham no desespero por acharem que sua fé é pouca ou seus pecados são muitos. Se elas lessem o livro de Atos e as epístolas logo veriam que muitos cristãos, inclusive Paulo e Timóteo, sofriam de enfermidades, independente do tamanho de sua fé ou de seus pecados. Curá-los não estava nos planos de Deus e eles se resignaram a isso, sabendo que Jesus também consola os enfermos.
Paulo, ao falar de seu espinho na carne, provavelmente uma enfermidade nos olhos, declarou confiante: “Sinto prazer nas fraquezas [ou enfermidades], nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo, porque quando estou fraco, então é que sou forte”. A porção que Judas buscava era o benefício material e imediato. Já o profeta Jeremias disse: “A minha porção é o Senhor, portanto nele porei minha esperança”. E a sua porção, qual é? A mesma de Judas ou a de Jeremias?
Fonte: O evangelho em 3 minutos / Gospel Prime in o Guarda de Israel
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