Por Pr. Fábio Scofield
Uzias,
rei de Judá que governou nos dias de Isaías (Is 6.1) é exemplo de governo
próspero em todas as áreas. Ainda jovem, aos dezesseis anos, com a morte de seu
pai Amazias foi conduzido ao trono pelo povo, tornando-se um grande governante.
O povo o aclamou rei de Israel (2 Cr 26.1). Por governar numa época de
prosperidade seu reino se prolongou por 52 anos, mais que todos os reis que o
antecederam, sendo superado apenas por Manassés anos depois que governou Israel
por 54 anos.
Uzias
construiu a cidade de Elate, importantíssimo porto de acesso ao golfo de Ácaba e
ao mar Vermelho o que possibilitava a navegação aos mares do sul, costa da
África, oceano Índico e Oriente. Reconquistou cidades antes capturadas pelos
filisteus e edificou muitas torres em Jerusalém. “Porque era amigo da
agricultura” (2 Cr 26.10), cavou cisternas e edificou torres no deserto e
plantou vinhas e pomares em Israel. Na área militar preparou um exército de mais
de trezentos mil homens. Inventor na arte da guerra “fabricou em Jerusalém
máquinas, de invenção de homens peritos, destinadas para as torres e cantos das
muralhas, para atirarem flechas e grandes pedras; divulgou-se a sua fama até
muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte (2 Cr
26.15).
Depois
que se tornou famoso ficou orgulhoso e achou que podia fazer experimentos em
outros campos, como no campo religioso, e aí se deu mal. Resolveu oferecer
pessoalmente incenso diante do altar, em frente à cortina que separava o
santuário do Santo dos Santos. Os sacerdotes tentaram impedi-lo, e ele se zangou
e decidiu, assim mesmo queimar o incenso. E ali diante dos sacerdotes ficou
leproso. O próprio Uzias se apressou e saiu dali, e o resto de seus dias morou
sozinho numa casa ao lado do palácio porque se tornara imundo. Ver o texto todo
em 2 Crônicas 26.
Uzias
é exemplo de líderes do governo e de presidentes que acham que, por ter o poder
nas mãos podem também inferir nos assuntos religiosos e é exatamente isso o que
vem acontecendo no Brasil. O governo vem se intrometendo no campo religioso e,
tais líderes, por desconhecimento ou não entram numa área que não lhes compete e
são feridos pela santidade de Deus; e, apesar de todos os recursos disponíveis
na medicina a seu favor morrem nas mãos dos melhores
médicos.
Todo
líder civil que ataca a santidade de Deus, seja esta manifestada pela igreja ou
por parte dela; todo líder que cria leis com o objetivo de atingir a igreja está
na mira de Deus e por este será atingido a qualquer momento. Olhando por este
ponto de vista pode-se descansar em Deus que ele sempre sai em defesa de seu
povo.
Leis
como o aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo e adoção e fecundação de
crianças por esses pares afetam a santidade de Deus e é problema desses
legisladores com Deus. Obviamente que a igreja deve levantar sua voz profética
através de representantes civis na Câmara e no Senado, e, mesmo que sejam
aprovadas jamais o povo que teme a Deus se submeterá a elas. Porque toda
autoridade procede de Deus, no entanto toda e qualquer lei que seja promulgada
por essas autoridades que fira a santidade de Deus deve ser desobedecida.
Compete ao governo preparar boas cadeias e ágeis tribunais para neles julgar e
aprisionar os ‘desobedientes’, que como o autor deste artigo jamais se calará e
defenderá sua fé até morrer.
Neste
sentido enviei e-mail diretamente ao gabinete do deputado federal Jean Willis
que em declarações infelizes prometeu investir e perseguir a igreja. Não foi
sensível nem educado pois seu gabinete jamais respondeu ou acusou o recebimento
de minha carta. A história está aí para provar o que lhes afirmo. Todos os que
entraram no santuário de Deus foram por Deus julgados com enfermidades e até
morte! Hoje o santuário de Deus é a igreja, lugar de sua habitação e
manifestação de sua Presença.
O
leitor bem informado certamente conhece casos e mais casos de governantes
bem-sucedidos repentinamente vitimados por enfermidades e morte, e por pastores
que sabendo das exigências do Deus Santo também profanaram o templo de Deus com
seu pecado!
Talvez
o leitor questione afirmando que existem pecadores no meio da igreja; existem
sim, e muitos. Mas, a maioria é de pecadores arrependidos e salvos pela graça de
Deus. Os que persistem no pecado também são por Deus repreendidos e
posteriormente, se não se arrependerem, julgados. Existem vários episódios na
Bíblia que confirmam isto. Haja vista que nas sete igrejas da Ásia mencionadas
em Apocalipse Jesus é visto andando no meio delas, e algumas igrejas eram bem
imperfeitas! O candelabro de Apocalipse é uma figura da presença de Deus
alumiando a terra através da igreja, e ele se fazia presente também nas igrejas
imperfeitas.
Mas,
o que dizer de pastores da igreja que enveredam pelo campo da política? Também
não tenho problemas com eles, visto que, caso tenham sido alguma vez
vocacionados por Deus não é problema da denominação, e sim de Deus que os
chamou, afinal, muitos deles optaram por seguirem os conselhos de Maquiavel e
não veem contradição entre este e a Bíblia, quando na realidade são
antagonicamente opostos!
Hoje
existem muitos governantes à semelhança de Uzias que tentam oferecer incenso a
Deus e se imiscuem legislando contrariamente aos princípios divinos. Deus que
não está morto e a tudo ouve e vê, sempre que se sente ferido acena com a graça
e a misericórdia, mas, quando rejeitado tem de agir a partir de seu trono de
justiça!
Os
rabinos dizem que Deus tem dois tronos: O da misericórdia e o da justiça e que,
quando está muito irado senta-se no trono da misericórdia. Por enquanto Deus
está sentado no trono da misericórdia, e ele sabe quando deve se assentar no
trono do juízo!
Fonte:Discipulo da Verdade
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