Por Pr. Fábio Scofiel
Parte I
Esta postagem não tem a pretensão de ser a “verdade”; e nem tão pouco iremos criticar ou defender as visões teológicas praticada em nosso país.
Parte II
Parte I
"Porque assim diz o Senhor dos
Exércitos: Passará pouco tempo e eu farei abalar os céus, a terra, o mar e a
terra seca. Eu
sacudirei todos os povos; e virão todas as preciosidades de todas as nações, e
eu encherei esta casa de glória, diz o Senhor dos Exércitos. A prata e o ouro me
pertencem, diz o Senhor dos Exércitos" (Ag-2:6-8).
Iremos
abordar este tema em duas etapas; e nesta primeira parte, trataremos da questão
das benções de Riquezas e Prosperidade.
Amados, nos
últimos dias temos acompanhado através dos meios de comunicações (Radio,
jornais e TV), um debate entre dois seguimentos do atual cristianismo
evangélico, atuante em nosso país. O evangelho sempre sofreu e sofrerá
divergências e convergências em suas fileiras. A teologia tem sido largamente
divulgada e acessada por pessoas de todos os níveis sociais, cultural e
financeiro. Porém, isto não tem contribuído com a compreensão dos textos
Bíblicos. Segundo o apostolo Paulo, em sua segunda carta a Timóteo
-3:16,17 Toda a Escritura inspirada por Deus é útil para o ensino, para
a repreensão, para a correção, para a educação na justiça. Para que o homem de
Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.
Parece que
os atuais, homens de Deus não estão estudando as escrituras com o propósito para
o qual ela foi inspirada. “Justiça e boa obra”, mas, sim, para proveito
próprio; por isso tem se visto tantas distorções da verdade no nosso meio
evangélico.
Esta postagem não tem a pretensão de ser a “verdade”; e nem tão pouco iremos criticar ou defender as visões teológicas praticada em nosso país.
O que
pretendemos, é buscar a compreensão Bíblica de alguns temas que vem sendo
largamente ministrado nos púlpitos dos dias atuais.
Temos comprovado um grande
paradoxo na “fé Cristã Bíblica”: Uns pregam o “Evangelho das
riquezas e outros pregam o evangelho da pobreza”. “Deus é a favor, ou contra as
riquezas?”
Existe um
grande debate entre duas vertentes teológicas, sobre a questão das riquezas e da
prosperidade Bíblica. De um lado os Neopentecostais defensores da
teologia da prosperidade, e do outro os conservadores que negam esta teologia,
porque crêem que a dispensação da Nova Aliança é fundamenta em uma confissão de
fé seguida de um processo de conversão, com um voto consciente de renuncia de
tudo inclusive da própria vida. “Assim, qualquer de vós que não renuncia a tudo
quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc-14:33).
Teologia da
prosperidade.
A teologia
da prosperidade, e defendida pelos que pregam o “evangelho da prosperidade”, os
que crêem que Deus fez promessas de prosperidade ao seu povo, e que estas
promessas, são claras em toda as Escrituras, conforme este texto. ”Assim diz
o Senhor a seu escolhido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para subjugar
diante dele as nações, e descingir os lombos dos reis, para abrir as portas
diante dele, e os portões não se fecharão. Eu irei adiante de ti, e aplanarei os
lugares montanhosos; arrebentarei as portas de cobre, e arrancarei os ferrolhos
de ferro. Te darei os tesouros escondidos, riquezas ocultas, para que saibais
que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que chama pelo teu nome”.
(Is-45:1-3).
Também,
crêem, que por ser palavra de Deus, terá que se cumprir. “O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras jamais passarão”.
Eles crêem
assim, mesmo estando vivendo em outra dispensação, em uma nova aliança, debaixo
de melhores promessas, não mais promessas terrenas, de prata ou ouro, ou
qualquer coisa perecível; mas, promessas celestiais fundamentadas em Cristo,
nesta vida e na vindoura. 1ª Aliança “A lei da morte” x 2ª Aliança “A graça
da eternidade”.
Os que
defendem a teologia da prosperidade têm, como base algumas passagens do Antigo
Testamento que comprovam esta possibilidade.
A Bíblia
relata em vários textos, como Deus prometeu a prosperidade, e como Deus
prosperou e enriqueceu o seu povo, dentro e fora de Israel.
Quero aqui
trazer alguns textos que comprovam estes fatos tão notáveis, que tem motivado os
nossos irmãos da teologia da prosperidade; ao ponto de estimular o povo; a
grande multidão de crentes que todos os dias lotam os templos em busca de uma
benção; chegando a até mesmo, a pressionar o Senhor, ou tentar barganhar com Ele
a posse da benção, através de indulgências pagas por meio de propósitos em suas
infindáveis campanhas.
Exemplos
Bíblicos é que não faltam!
1º) –Grande exemplo, e o mais usado
pelos partidários da teologia da prosperidade, é, a chamada de Abrão: E o Senhor
disse a Abrão: Sai da sua terra, de tua parentela, e da casa de teu pai, para a
terra que eu te mostrarei. E eu farei de ti um grande povo; e eu te abençoarei,
e engrandecerei teu nome; e tu serás uma bênção. Eu abençoarei aos que te
abençoarem, e eu amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; e serão benditas em
ti, todas as famílias da terra. Gn-12:1-5 – Estas promessas de benção
começaram a se concretizar a partir do capitulo - Gn-13:1-6 – Observem
que eles haviam enfrentado fome na terra e tiveram que descer ao Egito, mas, ao
sair daquela terra, saíram ricos. (V-2) diz: Era Abrão muito rico;
possuía gado, prata e ouro. E o interessante é que, Ló, não tinha parte
diretamente nesta benção da promessa; mas, porque estava com Abrão, também foi
ricamente abençoado: possuía rebanhos, gado e tendas. Talvez estivesse recebendo
a benção prometida aos que abençoasse Abrão. (Abençoarei os que te
abençoarem. V-3ª).
2º)
–Exemplo -
Gn-28:12-15 –
Aqui, vemos claramente o Senhor Deus confirmando a Jacó a posse daquela terra, e
a sua proteção e suprimento até o dia em que Ele o Senhor cumprisse aquela
promessa. Veja que Jacó reconheceu a promessa de Deus, e lhe fez um voto diante
de um pedido de proteção e benção, inclusive lhe prometeu dar a Décima
(Dizimo) parte de tudo que fosse abençoado pelo Senhor. Habitou Jacó em
Padã-Arã, em casa do seu tio Labão, onde se casou com duas das suas primas;
permanecendo ali durante vinte e um anos, trabalhando para o seu tio. Sofreu
duras penas devido o mau caráter do seu tio; mas prosperou em tudo que fez
segundo a promessa do Senhor.(Eis que estou contigo, e te guardarei por onde
quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até
cumprir eu aquilo que te hei referido.( V-15). -Gn-30:37-43 – O fruto do
trabalho de Jacó sobre a supervisão do Anjo do Senhor, começa a aparecer.
(V-43) Diz: E o homem se tornou mais e mais rico; teve muitos rebanhos, e
servas, e servos, e camelos, e jumentos.
3º)
Exemplo -Fato
interessante é o ocorrido com José no Egito, chegou naquela terra como escravo
vendido pelos seus próprios irmãos. Gn-37:28 - Observem que a situação
deste servo do Senhor era das piores possível. Mas, chegando no Egito, a sorte
dele mudou. Gn-39:1-6 – A Bíblia
relata que José foi comprado por Potifar comandante da guarda do Faraó. O Senhor
era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa do seu senhor
egípcio. Vendo Potifar que o Senhor era com ele e que tudo o que ele fazia o
Senhor prosperava em suas mãos, logrou José mercê perante ele, a quem servia; e
ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos tudo o que tinha, o
Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; a benção do Senhor estava
sobre tudo que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por
mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava.
A história
de José estava traçada por acidentes trágicos; depois de ser vendido pelos
próprios irmãos, agora como escravo, mesmo sendo bem sucedido; mais uma vez o
destino lhe prega uma peça; foi assediado pela mulher de Potifar seu senhor, e
injustamente lançado nas prisões (V-13-20). O Senhor, porém, era com
José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê perante o carcereiro; o qual confiou às
mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele fazia tudo quanto se
devia fazer ali. E nenhum cuidado tinha o carcereiro de todas as coisas que
estavam nas mãos de José, porquanto o Senhor era com ele, e tudo o que ele fazia
o Senhor prosperava (V-21-23). Nem vamos falar da sua grande virada,
depois destas pequenas conquistas; agora o jovem traído vendido como escravo,
injustiçado pela sua senhora, esquecido pelos que receberam os seus favores,
onde apesar da “prosperidade”, tudo parecia contribuir pra que a vida
dele fosse um fracasso; porém, Deus estava com ele, e tudo o que ele fazia
prosperava. Logo surgiu uma oportunidade inusitada. O faraó sonha com coisas
horríveis e inexplicáveis, porém o jovem José, mais uma vez, provou que ele
podia ser um escravo de homens, mas, servia ao soberano, Senhor dos Senhores.
Resolveu os problemas do faraó e se tornou o governador do Egito.
4º)-Outro grande
exemplo,
foi à escolha de
Salomão para reinar em lugar de Davi seu pai. 1Reis-3: - No V-5, vemos o
Senhor se manifestando a Salomão em sonho: O Senhor apareceu de noite em sonho a
Salomão, em Gibeão, e Deus disse: Pede o que queres e te darei. Vs-8,9 –O
pedido de Salomão: Dá, pois, a teu servo um coração para que possa governar teu
povo, distinguindo entre o bem e o mal, porque quem pode governar este teu povo
tão grande? Vs-10-11 –Resposta de Deus: E agradou ao Senhor, Salomão ter
pedido isso. E o Senhor lhe disse: Porque não pediste para ti vida longa, nem
riquezas, nem a vida de teus inimigos, mas pediste sabedoria, para saber reinar.
Vs-13 – E também isto que não pediste, te darei, riqueza e glória; de tal
maneira que não existirá semelhante entre os reis, durante toda tua
vida.
Bem, amados
uma coisa não podemos negar, Segundo as Escrituras, Deus verdadeiramente
prometeu prosperidade e riquezas ao seu povo, e segunda as Escrituras, Deus
cumpriu a sua Palavra. Nisto os pregadores da teologia da prosperidade tem toda
a razão. “A prosperidade Bíblica é uma Verdade”.
Porém, algo
não está totalmente certo. Que a Bíblia fala de promessas de riquezas e
prosperidade, isto é inegável, mas, quando estudarmos os textos bíblicos onde
estes fatos ocorreram, verificamos que elas, não acontecem como os pregadores da
teologia da prosperidade propagam. Que pelo fato de Deus ter feito estas
promessas aos patriarcas e para a Nação de Israel, não significa que ficou
determinado por Deus que estas benções seriam irrevogáveis. Ou Será que Deus fez
alguma garantia de benção em qualquer tempo, e a qualquer pessoa, que
supostamente venha tão somente acreditar Nele, e em suas
promessas?
Será que os
pregadores da prosperidade leram com atenção as condicionais de obediências aos
mandamentos e estatutos da lei, necessários para merecer estas bênçãos, conforme
Dt-28:1-14? Será que eles estão cientes, que, estas benções ainda que
sejam bíblicas e venham se cumprir segunda a lei, também deverão se cumprir às
maldições, também previstas para os desobedientes, segundo a mesma Lei,
Vs-15-68?. Será que os pretendentes destas benções, teriam a fé de Abrão,
para obedecer a Deus e abandonar a sua terra, a casa de seus pais, e seguir para
uma terra que Deus iria lhes mostrar, sem saber a direção, e depois de percorrer
a terra, habitar nela com seus filhos, e não tomar posse da terra.
Hb-11:8-13. Será que eles seriam fieis a Deus, mesmo sofrendo as
injustiças que sofreram, José no Egito, e Daniel, Ananias, Misael e Azarias na
Babilônia, Para serem prósperos em tudo que fizerem?
Será que
eles são tão ingênuos pra perceber, que as benções previstas para todas as
famílias da terra. “Através de ti abençoarei todas as famílias da terra
Gn-12:3b”, não seriam benções materiais, mas, sim, benção espirituais em
Cristo Jesus. Hb-2:10-18 –Ef-1:3-14. E que toda esta fé coisificada, não
passa de Utopia, falácia teológica e heresias de perdição. 2Pedro-2:1-4.
Pregada para um povo, que apesar de serem crentes em Jesus Cristo, e estarem
firmados em uma grade promessa, ainda assim se comportam como um povo roubado
como diz o Senhor em Is-42:18-22.
Parte II
"Duas cousas te pedi; não mas
negues, antes que morra: Afasta de
mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza:
mantém-me do pão da minha porção de acostume; para que, porventura, estando
farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, não
venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão" (Pv-30:7-9).
Amados e
servos do Deus altíssimo; esta postagem em duas partes tem o propósito de
comprovar o erro que se tem cometido na interpretação de alguns temas Bíblicos.
Nesta oportunidade,
estamos dando continuidade às questões que se referem à controvérsia entre duas
vertentes do cristianismo evangélico: “Os Neopentecostais x Os Tradicionais” e
suas mensagens: O evangelho das riquezas x O evangelho da pobreza.
Deus é contra
ou a favor das riquezas?
Ser pobre é
uma qualidade pra herdar o reino dos céus?
Os
Neopentecostais são como todos nós já sabemos; aquelas denominações
pós-modernas, que pregam entre outras coisas, o evangelho da prosperidade,
propondo curas, libertação, prosperidade e restauração em todas as áreas da vida
humana; com uma proposta muito interessante; dizem eles: ”Não importa a sua
religião, Deus tem uma vitória pra você, basta tão somente crer”. Tema este, que
certo ou errado, bíblico ou antebíblico; tem sido a mola mestra para o grande e
fenomenal crescimento destas denominações; nem mesmo o movimento gospel, o
evangelho dos fãs e não dos Cristãos, porque cristão é servo, e servo tem
Senhor, quanto aos seguidores do movimento gospel, estes tem ídolos seguidos de
uma multidão de fãs e tietis. Alias, existem três coisas que exerce um grande
fascínio sobre os brasileiros: futebol, musica e falsas religiões. Estas três
atividades são onde se movimenta a maior soma de dinheiro neste país.
E, o mais
engraçado de tudo isso, é, que, este suposto evangelho da prosperidade, é,
totalmente anti-reforma, pois os reformistas tinham como tema central de seu
protesto “a salvação pela graça, mediante a fé”, e não a prosperidade pela fé.
Protestando contra as indulgências e a fé pragmática do Catolicismo Romano; e o
que hoje vemos, é igual ou até pior. Creio que como diz o ditado: o feitiço
virou contra o feiticeiro.
Que no caso
desses, foi até bom; o que seria para ser uma maldição, virou uma benção
tremenda; pelo menos, no que diz respeito a estes feiticeiros, perdão!
“Pregadores da prosperidade”, pelo menos para eles, este evangelho tem dado
muito certo, a coisa funciona mesmo; visto o grande império denominacional que
eles tem construído, e as sua riquezas são incontestáveis; contra fatos não há
argumento. Em outros tempos teriam feito Asafe escorregar de vez (Sl-73:1-12),
ou Jeremias se calar diante de tanta prosperidade, em vista da sua eminente
pobreza (Jr-12:1-3).
O que mais
me entristece em tudo isso, é saber que o evangelho é, e sempre será o ópio dos
pobres, a esperança dos marginalizados nesta sociedade capitalista e desumana;
onde o escape é a fé, não a fé na salvação da alma, ou a fé no porvir; mas, sim,
a fé no agora, no já, no existencial, uma fé coisificada, estimulada pelos lobos
e cães que não tem dor das ovelhas, e por conhecer a ignorância bíblica deste
povo; são tomados de torpe ganância fazendo delas um cliente dos seus mercados
da fé; que para muitos deles, é o show da fé, ou a grande manifestação do poder
de Deus, através das suas infindáveis campanhas. (2Pedro-2:1-3). E, nisto tudo,
o mais chocante é saber que suas mensagens têm conteúdo bíblico; eles pregam
usando textos do Antigo Testamento, nos quais Deus fez grandes promessas de
prosperidade e riquezas ao seu povo; Exemplos: Gn-12:1-5 – Gn-26:12-14
-Gn-28:10-22 –Dt-28:1-14 -Ag-2:6-8 –Is: 45:1-4; e muitos outros versículos, que
são bíblicos, sim? Foi Deus quem fez estas promessas, Sim? A questão é, elas se
cumprirão hoje? O crente em Cristo Jesus, terá condições de cumprir as
condicionais previstas nestas promessas, visto que todas estavam condicionadas a
um pacto da antiga aliança?
Creio que
não! Mesmo porque, na nova aliança em Cristo, Deus não previu nenhum tipo de
prosperidade ou riquezas materiais para os seus servos com base no sacrifício de
Cristo, visto que aceitar a justificação pelo sacrifício de Cristo, consiste, em
fé, arrependimento e renuncia, pois, as benções previstas nesta dispensação ou
aliança, não são terrenas, mas, sim, celestiais.(Rm-8:14-19 - Ef-1:3- 14
–Hb-8:6-13 –Hb-9:11-28).
Na próxima
postagem, se Deus nos permitir, estaremos abordando as questões que si referem
ao que chamamos de evangelho da pobreza.
Trataremos
das mensagens pregadas pelas denominações que chamamos de tradicionais, os que
protestam contra o evangelho da prosperidade.
Fonte: Discipulo da Verdade
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