domingo, 14 de abril de 2013

O preconceito contra evangélicos na cultura brasileira


 
João Cruzué
 
Minha  mãe que quando jovem era muito católica, mas  aceitou na velhice a fé em Cristo na Igreja Presbiteriana, me contava que na cidade de Guiricema/MG, lá pelos anos 40, os crentes de certa Igreja Evangélica apanharam no meio da rua porque ousaram realizar um culto ao ar-livre. Este e outros tantos episódios como os personagens caricatos das novelas da TV Globo e, principalmente, o que estamos vivenciando agora, com a presença do Pastor   Marcos Feliciando à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal são apenas a ponto do iceberg contra os cidadãos evangélicos brasileiros.

Em meados dos anos 70 quando aceitei Jesus, era bastante comum ver os pastores pentecostais trocarem as telhas dos templos devido à pedradas que atiravam na hora dos cultos. Um pouco mais at´ras, nos anos 30, contou em uma entrevista o Pastor Isidro Cabrera, da AD do Brás, que era difícil para as senhoras crentes conseguirem trabalhar como domésticas, porque a religião predominante amedrontava os patrões, espalhando que os crentes comiam criancinhas!

A isso, posso juntar meu testemunho pessoal, citando as palavras de meus pais - antes de se tornarem crentes - que o motivo de eu ter me tornado crente foi "praga" de língua. Na opinião deles, por terem criticado muito um tio paterno que era crente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. A cultura brasileira tem ojeriza de crentes, porque despreza sua cultura, seu comportamento e sua participação no cenário político nacional. Crente não pode!!!

Mais um exemplo. Quando o deputado Celso Russomano saiu candidato no ano passado (2012) a Prefeito da Cidade de São Paulo, certo arcebispo católico paulista deu instruções para que em toda paróquia fosse avisado ao povo que o candidato era tutelado pelo Bispo Macedo. Este mesmo arcebispo perdeu depois uma grande oportunidade de se tornar Papa, porque ousou defender as operações bancárias do IOR  - Instituto de Obras Religiosas do qual era corregedor. Ganhou outro cardeal latino, que nem estava cotado para o cargo, principalmente por causa do mal estar do relatório da corregedoria.

Uma Revista Veja - São Paulo lá pelos anos de 2007/2008, trouxe uma entrevista com Senhora esposa do Governador Serra, onde ela diz que cortou os cabelos, porque as pessoas perguntavam se ela era crente. Atitude preconceituosa para fugir da estereótipo da moda  de "saião e cabelão."

O brasileiro médio tem sim preconceito também contra qualquer pastor evangélico. Basta ver nos comentários de pessoas comuns aos artigos publicados. "Expertalhões. Ladrões. Exploradores da fé dos coitadinhos, com mansões em Miami. Fazendeiros no Mato Grosso. Charlatães", para ficar por aqui. Acreditam que o zé povinho evangélico é burro quando enche os bolsos dos pastores de dinheiro, arrancado com lavagem cerebral. Eu não sou uma toupeira evangélica para acreditar que isto não exista. Mas, enxergo também que este dinheiro, de certa forma, está sendo bem aplicado. Temos boas editoras, rede de TV, jornais, faculdades e grandes investimentos em missões em pelo menso 100 países estrangeiros.   Os ateus acham que um pastor deve trabalhar a vida inteira e viver de brisa todos os dias. Que não pode escrever livros nem gravar CDs porque isto "não condiz" com a chamada pastoral? Acho, sinceramente, que eu teria vergonha é de um pastor que passasse a vida inteira dependendo dos outros por falta de iniciativa e empreendedorismo. Roubar é pecado, mas ser um bom mordomo das finanças da Igreja, não. Para os casos de desvio de conduta, o Ministério Público está aí para por na cadeia os ladrões e estelionatários independente de credo e fé.

Um gay no brasil, perante a opinião pública, o meu ver tem mais conceito que um crente. A razão disso é um grande preconceito. Por muitos anos ser crente era coisa de pobre e nordestino. Zé povinho. Coitadinhos... como disse certa vez a falecida Hebe Camargo. No embate,de hoje entre a liberalidade pretendida pelo ativismo gay e o fundamentalismo evangélico, percebo que políticos não crentes, bispos católicos, padres conservadores e até mesmo grandes líderes da Igreja Evangélica Tradicional pendem para o lado dos primeiros e detrimento dos segundos, que na maioria são os crentes do fundamentalismo pentecostal.

Na verdade o preconceito existe por causa do diferente. E entre gays e crentes, a julgar pela reação das classes política, artística, midiática e católica conservadora, os evangélicos são ainda mais "diferentes" que os gays,.

O fato é que até o final do século 20, a presença de crentes pentecostais na política brasileira era ínfima, a não ser alguns gatos pingados (com todo respeito) das Igrejas Tradicionais. Só que o vento mudou de sentido e sopra hoje com bastante força tanto para Brasília, quanto para as capitais estaduais e municípios em geral. Aquele sofisma de que política era coisa do diabo ou de que  era coisa de gente corrupta foi desmascarado. A política deve ser para cidadãos de bem e se eles não tomarem suas posições a corrupção continua avançando sem controle.

O Governo brasileiro,  nesta última década, institucionalizou de vez o "toma-lá-dá-cá". Não se consegue governar e legislar sem a maldita troca de favores, para não dizer toda a verdade. E justamente por isto, a porta do mal está se abrindo em nossa nação. Paulo conceituou muito bem esta questão quando disse que nossa luta não é contra a carde e o sangue, isto é, contra pessoas em carne e osso, mas contra as hostes espirituais da maldade que habita nos lugares celestiais. E, como cremos, o mudo das coisas espirituais é eterno e o mundo natural, passageiro. Por isso, o mundo espiritual governa o mundo natural. Nossos olhos físicos não podem ver, mas há uma guerra sendo travada na esfera espiritual e as consequências dela se manifestam no meio da sociedade, como por exemplo a aceitação de fenômenos mundiais de comportamento e guerras.

A única coisa que pode barrar as investidas do mal, conforme podemos ver nos livros bíblicos de Neemias e Daniel, é a ORAÇÃO contínua. E quem não sabe orar, está desarmado para esta guerra. Alguma coisa de muito podre do reino espiritual está sendo jogada no meio da sociedade, não só a brasileira mas em todo o mundo, para que as nações sejam desestruturadas a começar pela instituição familiar. Se houver a falência da família como instituição os problemas de desajustes sociais vão aumentar geometricamente. E quando isto se tornar realidade vai se cumprir o que Jesus Cristo disse: Reino contra reino e nação contra nação. Um tempo em que ninguém  vai conseguir entender ninguém.

Dizem as pessoas não crentes que se imaginam grandes formadores de opinião que quanto mais liberal for a sociedade, mais moderna, tolerante e avançada ela será. Eu não comungo dessa ideia. Se a sociedade desprezar os freios existentes do contraditório, e aqui está o fundamentalismo cristão, ela vai cavar sua própria sepultura. O tema "é proibido proibir" não pode ter uma interpretação literal e absoluta. Há exceções que devem ser respeitadas e limites que não devem ser ultrapassados.

Será que Marcos Feliciano, o principal assunto na mídia no momento está sendo execrado apenas pelo que falou ou pelo que ele crê? Será que o assunto que citou sobre maldição da raça negra e assunto do processo por estelionato é mesmo o foco de seus adversários? Se é, porque trouxeram uma página inteira  de assuntos da sua mãe biológica veio parar na Folha de São Paulo - há duas semanas?

A esta altura dos acontecimentos, eu já tenho minha opinião formada. O que está acontecendo na principal esfera política nacional é que a presença de um crente, seja o pastor que for, na frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal é mal-vinda.  Mal-vinda, porque meia-dúzia de políticos de grande representatividade nacional, a começar pela Senadora Marta Suplicy, querem empurrar goela abaixo da sociedade as suas idiossincrasias pessoas d forma intolerante e ditatorial. Ditatorial porque querem que uma minoria governe a opinião dos cidadãos brasileiros.

E quem não concorda ou não comunga com suas ideias é pejorativamente rotulado de homofóbico! Por trás disso jaz o preconceito contra os crentes, principalmente os crentes  pentecostais, que lavra como fogo na campina seca ao meio-dia. Mas todas as coisas contribuem para o bem do povo de Deus. Por exemplo, se havia muitos cegos entre nós que votavam de qualquer maneira, agora já podem tirar a venda dos olhos para poderem enxergar bem o mico que estão pagando por terem votado em candidatos declaradamente inimigos do povo de Deus, nas horas que precisamos do apoio deles no Congresso Nacional.
 
Fonte: http://www.atendanarocha.com/2013/04/o-preconceito-contra-evangelicos-na.html










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